saúde

EMPATIA: uma estratégia para lidar com conflitos


As situações conflitivas são frequentes em diferentes contextos e cenários no quais estamos inseridos. Costuma-se dizer que onde existem pessoas, as situações de conflitos são inevitáveis. A maneira como lidamos com eles pode ser distinta e resultar em desfechos favoráveis ou desfavoráveis, construtivos ou destrutivos. Você já parou para pensar como lida com as situações de conflitos que se mostram presentes no seu dia a dia? 

Recentemente, tem-se falado cada vez mais em mediação de conflitos enquanto uma estratégia para a o desenvolvimento de uma cultura de paz, em que há maior capacidade de comunicação, diálogo, escuta e empatia. No entanto, nossa sociedade ainda encontra dificuldades para colocar algumas destas ações em prática. Ao fazermos uma análise sobre a nossa realidade identificamos que, ao mesmo tempo em que temos um maior número de ferramentas, bem como o desenvolvimento de tecnologias de interação e comunicação, estamos escutando e dialogando menos e enfrentando muitas dificuldades para sermos empáticos. 

A empatia é um elemento essencial ao trabalho do psicólogo, seja na psicoterapia ou em qualquer outra prática psicológica. Instigamos esta habilidade deste a formação acadêmica e necessitamos da mesma para realizar o nosso trabalho independente do contexto em que estamos inseridos. Porém, ela não se restringe apenas a este profissional, mas pode se manifestar e estar presente no cotidiano de outros que lidam com pessoas, assim como nas suas vidas de maneira a colaborar nos processos relacionais. Mas, o que efetivamente é empatia? Qual a sua importância? 

A empatia significa a capacidade da pessoa de se colocar no lugar do outro, de sentir o que este sente e perceber o que necessita. A partir de lentes diferentes, entendendo que este outro não é igual a mim, mas alguém que apresenta a sua própria subjetividade, sua própria história, valores, comportamentos, potencialidades e fragilidades. A mãe ou o pai que consegue identificar o que o bebê está sentido, quando ele chora (por sono, fome, dor de barriga, por exemplo) e tenta acalmá-lo, está de certa forma exercitando a sua capacidade empática ao avaliar o que este precisa, e enquanto tenta suprir tal necessidade. 

No entanto, é possível identificar que há a demanda de maior investimento para o desenvolvimento desta capacidade, pois não se trata de algo "natural", previamente estabelecido na vida de uma pessoa, mas que precisamos construir desde o início da vida e ampliar na medida em que nos desenvolvemos. Para tanto, é primordial estar dispostos a romper uma barreira importante, a da individualismo, da competição, da arrogância, bem como proporcionar momentos em que estejamos mais receptivos ao novo e à alteridade. 

Existem diferentes estudos que demonstram que as situações de conflitos apresentam implicações para a saúde, especialmente para a saúde mental da população. Recentemente um deles foi realizado por Carlson, F. et al (2019) publicado na revista The Lancet constatou que pessoas que vivem em situações de conflito apresentam maiores chances de desenvolver depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós- traumático, transtorno bipolar ou esquizofrenia entre outras manifestações a agravos. Somente isto já revela a importância de se pensar em estratégias que minimizem as situações conflitivas. 

Apesar da ideia de uma realidade baseada em relações mais empática esteja cada vez mais discutida e encontrar-se teoricamente muito difundida nos nossos discursos, podemos dizer que ainda é pouco vivenciada na prática. Por isto, precisamos, neste momento, repensar nossas ações de maneira a incluir mais empatia e disposição para a construção de uma sociedade mais solidária, humanizada e que seja capaz de lidar com as diferenças e os conflitos.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Hakuna Matata: o que o Rei Leão nos ensina?

Próximo

Ser Nutricionista!